Friday, February 17, 2006

O Judiciário e o paradigma

"Não basta a mulher de César ser honesta. Ela tem que parecer honesta". O aforismo encerra a obrigação moral de quem é paradigma de qualquer coisa. Se o paradigma fracassa, carrega consigo o resto. O Poder Judiciário se envolveu numa disputa em que, qualquer que fosse o resultado só teria um perdedor: o próprio Judiciário. O nepotismo, contratação de parentes de juízes para ocuparem cargos nos tribunais, foi condenado pelo recém criado Conselho Nacional de Justiça, órgão encarregado de fazer a corregedoria da Justiça brasileira. O Poder Judiciário se insurgiu contra a medida e iniciou uma luta nos próprios tribunais, que foi decidida agora pelo Supremo Tribunal Federal em favor do órgão correicional.

Fica essa mancha na imagem do poder, como convencer a população de que a contratação de parentes não é algo condenável? O povo já está mais do que cansado de atos de corrupção do e no governo. Não é versado em legislação, não compreende os termos jurídicos, as peculiaridades de cada caso, só entende que contratar parentes, para aplicar uma expressão popular dentro do tema, é "advogar em causa própria", se locupletar com o dinheiro do erário público e que tudo isso cheira mal.

O Supremo Tribunal Federal recoloca as coisas no lugar, mas os danos já estão feitos. É bom que se diga, a imagem do Poder Judiciário vem sofrendo vários desgastes nestes últimos tempos. Dentro do próprio supremo algumas decisões parecem carregar um certo aroma político; a forma como tem sido feita a renovação do colegiado que - embora não seja nova -, com a reeleição, possibilita formar uma maioria de indicados por um mesmo Presidente da República. As constantes intervenções do Supremo nos trabalhos da CPI - não se está discutindo a legitimidade delas - provocaram na população um sentimento de que estaria havendo uma proteção àqueles que cometeram atos de improbidade.

Por tudo isso, e mais alguns casos amplamente divulgados de condenação de juízes por atos de improbidade - onde a pena, muitas vezes, não passa de uma aposentadoria -, a imagem que passou para a população sobre o poder encarregado de julgá-lo, nos últimos tempos, não foi das melhores. Cabe ao próprio poder afastar de si este tipo de notícia, evitando atrair disputas desnecessárias. O Judiciário não pode ser "mais um poder", por sua importância, pelo que representa para a sociedade, tem que ser um poder irrepreensível, intocável, e cuja credibilidade esteja acima de qualquer suspeita.

Tuesday, February 14, 2006

Passei por aqui

Hoje só passei por aqui, para dar um alô para o meu blog, sem muito tempo, sem muita inspiração. Mas não queria ficar muito tempo sem aparecer, então cá estou eu. Depois eu volto, depois eu completo...

Friday, February 10, 2006

A Grande Escapada

O piloto inglês caiu em território alemão. Gravemente ferido foi levado para um hospital militar. No segundo dia o médico veio até o seu leito e disse:

- Você já está melhor?
- Estou. - Respondeu o piloto - Mas eu gostaria de saber o que aconteceu com a minha perna direita!
- Infelizmente gangrenou e nós tivemos que amputá-la - respondeu o médico.
- Tudo bem! - disse o piloto - São perdas da guerra, eu só peço um favor. Eu não queria deixar a minha perna abandonada na Alemanha, num próximo vôo vocês não poderiam levar a perna amputada e jogar na Inglaterra?
- Sem problemas. - Respondeu o médico.

Ocorre que o estado de saúde do piloto foi gradativamente piorando; dia após dia o médico amputava um novo membro, ocasião em que o piloto repetia o pedido para que a parte amputada fosse jogada no seu país. Quando o médico cortou o último braço do piloto, eles tiveram o seguinte diálogo:

- Novamente gostaria de pedir, que jogassem meu braço amputado na Inglaterra - disse o piloto.
O médico saiu sem dizer nada. Após algum tempo voltou e falou para o piloto: - Desculpe, mas não vou poder atender - respondeu o médico.
- Mas por quê?
- Nós estamos desconfiados de que você está tentando escapar daqui aos pedaços...

Tuesday, February 07, 2006

Pobres almas perdidas...

Tenho anda meio introspectivo, preocupado em excesso com os caminhos - ou serão os descaminhos? -, com a atitude da nossa gente. Alguns me dizem que não me diz respeito, que cada um deve responder por si e que fazendo isso, já faz muito pelo todo. Mas não consigo ver o mundo dessa forma, com esse olhar de eu aqui e lá eles.

O mundo para mim é como se fosse uma canoa onde todos estão navegando. A sensação que eu tenho é que se este barco afunda, todos iremos para o fundo e, nesse caso, não adianta naufragar dizendo: "mas eu cuidei do meu pedaço".

Eu noto o embrutecimento das pessoas a olhos vistos, ninguém mais preza alguns valores mínimos que nos tornam humanos; pior do que isso, é um absurdo, mas se vê mais fraternidade e humanidade entre os animais do que entre os humanos. Pessoa que agridem gratuitamente, pessoas que ofendem sem o menor motivo, pessoas que tem o prazer sádico de diminuir e ferir os semelhantes.

Eu só lamento e rezo para que Deus tenha piedade das suas almas. O que eu poderia dizer que os convencessem de que não há vantagem nenhuma em ferir ou magoar os seus semelhantes?

Sunday, February 05, 2006

O peso de ser diferente

Ser diferente não é fácil pra ninguém. O diferente normalmente é discriminado pela maioria. Nem pense que é preciso ser muito diferente pra ser diferente, basta destoar um pouco de um padrão médio vigente. Nem vá pensar, também, que essa diferença seja sempre um aspecto negativo do indivíduo, muitas vezes, até um aspecto positivo é o que torna o indivíduo diferente e, por isso, discriminado.

É bem complicada essa coisa de destoar dos grupos, de não estar de acordo com a média. Eu, por exemplo, no meu estado, estou de acordo com a estatura média, tenho 1,80, mas não sou alto para os padrões do meu estado; quem sabe em outros estados da federação eu não seria discriminado pela altura? Tenho cabelos e olhos claros, duas características bem comuns no meu estado, tenho educação superior, novamente uma característica não notável por aqui - nosso estado tem o menor índice de analfabetismo do Brasil.

Espero ainda viver muitos anos, porque também temos a maior expectativa de vida do país. Mas, veja como a soma dessas características não batem com as características nacionais. Pode não parecer, mas isso acaba sendo um problema, principalmente quando há uma disputa entre grupos rivais de estados diferentes. Há sempre um tendência de se estabelecer uma união não declarada de dois grupos: nós - os que temos as características comuns no país - e "eles", os diferentes.

Friday, February 03, 2006

1-ONE

Estava começando este meu Blog aqui no Blogger, mas por algum motivo que eu não faço a menor idéia o blog foi bloqueado por ter sido detectado com um "blog de spam" (?). Para dizer a verdade eu não faço a menor idéia do que seja isso, mas havia uma providência a ser adotada e eu já segui as recomendações. Agora é aguardar e ver no que vai dar.

Enquanto isso não convém postar muita coisa aqui porque eu não sei no que isso vai dar...